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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

COMO PODE?! NÃO À EXPULSÃO DOS/AS CAMELÔS DO CENTRO DE FEIRA EM MEIO À PANDEMIA

 


Na noite desta terça-feira, 15 de setembro, mais um momento de muita tensão e sofrimento para os/as trabalhadores/as das ruas do centro da cidade de Feira de Santana. A Prefeitura Municipal foi às ruas para retirada das estruturas de trabalho dos camelôs, barraqueiros e ambulantes, supondo-se que passarão a ocupar os boxes do que vem se chamando “Shopping Popular”.

Diante de uma profunda crise econômica, agravada ao extremo pela pandemia da covid19, o despejo dos/as trabalhadores/as que retiram das ruas seu sustento diário  é um chocante atentado contra o princípio da dignidade da pessoa humana. Desrespeita, ainda, as normas da Organização Mundial de Saúde e o Decreto Municipal nº 11.505, de 23/03/2020, que declarou estado de calamidade pública nesta cidade.

A construção e implantação do “Centro Comercial Popular de Feira de Santana” é marcada por irregularidades e conflitos entre os/as trabalhadores/as e a Prefeitura Municipal. Há diversas ações judiciais que aguardam julgamento, onde estão descritos vários problemas jurídicos, sociais e econômicos da obra e do que se tem chamado de “higienização” do centro da cidade.

Mas seres humanos não são “sujeira”. Os/As trabalhadores/as estão resistindo: foram às ruas ontem à noite, defenderam o seu direito ao trabalho, sua dignidade. As ameaças prosseguiram hoje durante o dia. São 1.800 vagas no tal “Shopping”, que terão que ser divididas entre os/as  artesãos/ãs do Centro de Abastecimento e os camelôs e ambulantes do centro da cidade. Levantamentos recentes feitos pela Professora Doutora Alessandra Teles Oliveira (UEFS), que em 2017 defendeu a Tese "O Comércio informal em Feira de Santana(BA): permanências e mudanças" (conheça aqui), apontam a existência de aproximadamente 5.000 camelôs e ambulantes no centro. A conta, portanto, não fecha.

O que farão os/as trabalhadores/as expulsos/as das ruas? De onde retirarão o sustento de suas famílias? Que alternativas têm, sobretudo neste contexto de pandemia?

 Feira de Santana não tem este nome por acaso: estas pessoas, desrespeitadas em sua dignidade, marcam com suas lutas, sua cor da pele, sua resistência, a nossa história.A equipe de professores/as, técnicos/as, estudantes/as e trabalhadores/as que fazem parte da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da UEFS solidariza-se com os/as trabalhadores/as das ruas de Feira de Santana e se põe ao seu lado nesta luta.

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Fonte das imagens: canal do Instagram @trabalhadoresdocentrofsa

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