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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Vida longa à Rede Contar!

No primeiro semestre de 2021 foi realizado pela Capina o curso "Contabilidade Popular: desmistificando o universo 'contabiliquês' para a Economia Solidária e Popular". Nele, pessoas de várias regiões do Brasil e diferentes áreas do conhecimento - mas que em comum dividem o desafio de fazer acontecer o trabalho popular coletivo e autogestionário - compartilharam um ótimo encontro de saberes e experiências.

O melhor fruto do curso, no entanto, foi a articulação entre pessoas movidas por objetivos comuns, que desde então têm se encontrado "virtualmente", com a vontade de construir o que, finalmente, ganhou o nome de REDE CONTAR: por uma contabilidade popular.

A Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da UEFS tem muito orgulho de estar fazendo parte desse movimento cheio de energia, que aponta para importantes caminhos de luta e esperança.

A Rede Contar foi "lançada" oficialmente no último dia 28 de setembro, através da Conversa-ação sobre os Desafios da Comercialização para Cooperativas Populares.


Compartilharam conosco sua sabedoria e experiências, de forma generosa, duas Cooperativas Populares de Feira de Santana, cujos caminhos se entrelaçam com os da IEPS: a Cooperativa de Beneficiamento e Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar de Feira de Santana – COOBAF/FS, na pessoa de Luzinete Assis Barreto da Silva, e a Cooperede – Cooperativa Rede de Produtoras da Bahia, representada por Maria Nilza da Conceição Santos (ambas as iniciativas participam do coletivo da Feira de Saberes e Sabores da UEFS e de outras parcerias com a IEPS).

A Rede Contar realiza encontros mensais virtuais para se organizar e desenvolver estudos coletivos. Além disso, pretende realizar eventos e espaços de formação ampliado em parceria com as iniciativas econômicas populares. Queremos que muita "Conversa-ação" venha por aí! 

Contato e informações: @redecontar (Instagram).



O QUE É A REDE CONTAR?

 

A Rede Contar surgiu do encontro e da certeza de que é possível pensar e fazer uma contabilidade voltada para as iniciativas econômicas populares e solidárias. Somos militantes/as, pesquisadores/as, assessores/as, educadores/as populares e trabalhadores/as engajados/as em desmistificar a linguagem e a prática da contabilidade tradicional, assim como a sua abordagem jurídica e tributária.

Sem dúvida, a contabilidade popular já existe em todos os cantos do nosso país, e resiste, especialmente, onde há uma associação, uma cooperativa popular, uma iniciativa da agricultura familiar, um grupo, formalizado ou informal, no campo e na cidade, pois, em qualquer que seja a região do Brasil, existe uma prática que convoca todas e todos a pensar cotidianamente em estratégias e arranjos para a construção de uma outra economia. Nosso intuito ao construir a Rede Contar é, fundamentalmente, agregar, conectar e valorizar as diversas experiências de empreendimentos e “jeitos de fazer” espalhadas pelo nosso país e, sobretudo, criar coletivamente outras e novas estratégias e formas para consolidar a contabilidade numa perspectiva crítica e popular.

Para isso, juntamos e congregamos múltiplas áreas do conhecimento, e não apenas a contabilidade, pois entendemos que o caminho para transpor as barreiras existentes passa por subverter o “campo disciplinar” e ter como essência as realidades vivenciadas diariamente. Reunimos práticas, organizações da sociedade civil, movimentos sociais, universidades e pessoas de todo país que acreditam na potência da educação popular. Nos encontramos numa encruzilhada — sabemos que a contabilidade, as legislações e o ordenamento tributário não foram pensados tendo em consideração as iniciativas econômicas populares e solidárias — e, a partir e por meio desta, vamos produzir esquinas de liberdade.

A contabilidade precisa compreender e traduzir as variadas práticas exercidas, não obstaculizar as diversas formas de comercialização/produção, engessando todos em um padrão não pensado para empreendimentos autogestionários.

Rede Contar para reafirmar que uma economia inclusiva é possível.
Rede Contar porque a economia popular alimenta e sustenta a vida.
Rede Contar porque somos um universo de trabalhadores/as nas iniciativas populares.
Rede Contar porque a contabilidade pode e deve ser popular!



 



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