sábado, 27 de junho de 2015

Discussão: vídeo sobre economia feminista e solidária

Por muito tempo homens-brancos-heterossexuais vem sendo os maiores detentores do capital e ainda recebem os maiores salários, na contrapartida está a luta para ampliar o acesso das mulheres ao trabalho remunerado, pela melhor divisão das tarefas domésticas e pela igualdade salarial entre homens e mulheres.

O discurso neoliberal vigente desqualifica o trabalho das mulheres na sociedade, as atividades desempenhadas majoritariamente por elas são consideradas improdutivas. Na divisão sexual do trabalho, leva-se em consideração o princípio hierárquico de que o trabalho masculino tem sempre um valor superior ao trabalho feminino. É só observar a diferença no reconhecimento social entre uma cozinheira (que desempenha sua tarefa doméstica no dia a dia) e um Chefe de cozinha do gênero masculino.



O que tantas mulheres tem feito, no campo da economia solidária, é criar uma realidade que as permitam ter autonomia financeira para uma melhor qualidade de vida. 

Grupos de mulheres organizadas e autogestionárias se unindo para desempenhar uma atividade econômica significa empoderamento. Significa dizer que, ainda que o acesso ao trabalho formal tenha sido negado a elas, encontraram numa outra economia a possibilidade de se desfazer das amarras de um sistema que impõe como seu papel social o serviço doméstico e o cuidado dos filhos.

E é essa a aposta que o movimento feminista faz.

No vídeo, gravado na Mostra de Economia Feminista e Solidária, que aconteceu no dia 9 de agosto de 2014, em São Paulo, mulheres da Sempreviva Organização Feminista e da AMESOL falam sobre a importância do feminismo para o movimento.

Maria Fernanda, da SOF, explica:

O mundo vê a economia como algo que produz lucro e nós vemos, a partir do feminismo, a economia como tudo que é de sustentação da vida humana. E por isso as mulheres estão no centro dessa proposta. 

Já para Ana Rosa, do Empreendimento Estilo e Raça,

A economia solidária é uma grande ferramenta, o desafio de trabalhar com o cooperativismo e o fortalecimento das mulheres. A autonomia econômica, além do fortalecimento, dá autoestima. Da pessoa poder produzir e não ficar só a serviço do marido, porque queira ou não é serviço doméstico, várias horas de trabalho em casa ou na rua.
Veja o vídeo:

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