Por muito tempo homens-brancos-heterossexuais
vem sendo os maiores detentores do capital e ainda recebem os maiores salários,
na contrapartida está a luta para ampliar o acesso das mulheres ao trabalho
remunerado, pela melhor divisão das tarefas domésticas e pela igualdade
salarial entre homens e mulheres.
O discurso neoliberal vigente
desqualifica o trabalho das mulheres na sociedade, as atividades desempenhadas
majoritariamente por elas são consideradas improdutivas. Na divisão sexual do
trabalho, leva-se em consideração o princípio hierárquico de que o trabalho
masculino tem sempre um valor superior ao trabalho feminino. É só observar a
diferença no reconhecimento social entre uma cozinheira (que desempenha sua
tarefa doméstica no dia a dia) e um Chefe de cozinha do gênero masculino.
O que tantas mulheres tem feito, no
campo da economia solidária, é criar uma realidade que as permitam ter
autonomia financeira para uma melhor qualidade de vida.
Grupos de mulheres organizadas e
autogestionárias se unindo para desempenhar uma atividade econômica significa
empoderamento. Significa dizer que, ainda que o acesso ao trabalho formal tenha
sido negado a elas, encontraram numa outra economia a possibilidade de se
desfazer das amarras de um sistema que impõe como seu papel social o serviço
doméstico e o cuidado dos filhos.
E é essa a aposta que o movimento
feminista faz.
No vídeo, gravado na Mostra de Economia Feminista e Solidária, que aconteceu no dia 9 de agosto de 2014, em São Paulo, mulheres da Sempreviva Organização Feminista e da AMESOL falam sobre a importância do feminismo para o movimento.
Maria Fernanda, da SOF, explica:
O mundo vê a economia como algo que produz lucro e nós vemos, a partir do feminismo, a economia como tudo que é de sustentação da vida humana. E por isso as mulheres estão no centro dessa proposta.
Já para Ana Rosa, do Empreendimento Estilo e Raça,
A economia solidária é uma grande ferramenta, o desafio de trabalhar com o cooperativismo e o fortalecimento das mulheres. A autonomia econômica, além do fortalecimento, dá autoestima. Da pessoa poder produzir e não ficar só a serviço do marido, porque queira ou não é serviço doméstico, várias horas de trabalho em casa ou na rua.Veja o vídeo:
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