Câmara de vereadores de Feira de Santana - 12.09.2013
No dia 12 de setembro o professor José Raimundo esteve
participando de uma Sessão Especial na Câmara de Vereadores de
Feira e Santana a convite do Sindicato dos Camelôs da cidade
(SINDICAME). Como membro da Incubadora de Iniciativas da Economia
Popular e Solidária (IEPS-UEFS) o professor esteve falando das
interfaces entre o tema da economia popular e o que a Economia
Solidária tem refletido ao longo do tempo desde sua constituição.
A Sessão
contou com a participação de representantes da sociedade civil
(entidades de classes e outros), representantes do poder público e
instituições públicas, além do representante de IEPS-UEFS. A
discussão pretende contemplar a situação do Centro da Cidade,
visto a intensa concentração do comércio popular nas imediações
e no próprio centro da cidade. A presença dos camelôs, ambulantes
e feirantes se confunde com o trânsito de pedestres e carros
individuais, além dos veículos do transporte coletivo.
É
consenso entre todos a necessidade de medidas que venham a reordenar
o espaço do centro da cidade no sentido de tornar viável o transito
de pessoas e a atividade produtiva da economia popular. A grande
questão é justamente essa: qual(is) a(s) proposta(s) que as
entidades da sociedade civil e o poder público pode e tem
apresentado para resolver a situação?
Câmara de vereadores de Feira de Santana - 12.09.2013
Tal
contexto tem feito emergir o tema da situação do comércio popular
e seu papel para a economia e a cultura da cidade, tomando como fonte
principal o momento da formação da cidade que se dá a partir da
constituição de feiras livres para atender o comércio que se
iniciara com a formação da Santana dos Olhos d’Água (nome
original da cidade de Feira de Santana).
Esse
comércio vem se desenvolvendo e ocupando parte significativa da
força de trabalho de homens e mulheres da cidade que não encontram
no emprego formal uma saída para sua sobrevivência material. Em
alguns momentos como falta de opção, em outros enquanto uma opção
consciente dos sujeitos desse setor vai se constituindo um
segmento indispensável a paisagem e a dinâmica da economia local,
podendo, se bem organizado, ser a coluna vertebral do desenvolvimento
local, em contraposição, ou de modo complementar, ao modelo
industrial implantado no município.
Portanto,
o desenvolvimento da cidade tem sido fruto das opções políticas
dos gestores locais que, ao contrário de incentivar a cultura local
e as potencialidades locais tem fomentado um modelo de
desenvolvimento predatório, a partir da instalação de indústrias
com a isenção de impostos e outros benefícios. Em paralelo o
segmento da economia popular tem ficado desassistido no campo das
políticas públicas por parte do município e do Estado. De regra, o
tratamento para este segmento tem sido a invisibilidade e a expulsão
dos trabalhadores do centro da cidade, confirmando uma forte posição
ideológica higienista de limpar o centro da cidade para inglês ver.
Para quem
quiser acompanhar o conjunto das discussões feitas na Sessão
Especial (ver vídeo: http://invictacomunicacao.com.br/tvcamarafeira/video.php?id=280). A fala do professor José Raimundo está
localizada a partir das 1h:20min do respectivo vídeo.
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