segunda-feira, 29 de junho de 2015

Animação traz reflexões sobre a origem dos alimentos: você sabe o que consome?

Alguns sites tem divulgado a profunda rejeição nacional da rede de fast food McDonalds pelos bolivianos. Após 14 anos de tentativa da rede em se estabelecer na Bolívia, foi obrigada a fechar as portas de todas as suas lojas. Motivo? A população, da qual boa parte é indígena, está preocupada com a origem e a qualidade dos alimentos que consome diariamente.

Contudo, a realidade ainda é bem diferente na maior parte do mundo. Devido a necessidade de poupar tempo numa sociedade que nos cobra constantemente praticidade e produtividade, nos habituamos a não questionar a procedência dos alimentos pelos quais pagamos nos supermercados ou restaurantes. Consumir se tornou mais um ato automático e inconsciente do nosso cotidiano.


Não paramos para pensar por quais processos os alimentos que colocamos em nosso prato passaram até chegar ali. 

Não estamos preocupados com as denúncias de que os funcionários de redes de frigorífico conceituadas trabalham em condições semelhantes às da escravidão, ou com as monstruosidades cometidas pela indústria laticínia para fornecer o tão precioso leite que consumimos.

Além da exploração humana e animal por trás de redes de produção que apenas visam o lucro inconsciente, tem-se ainda os problemas causados à saúde por conta do consumo absurdo de agrotóxicos e produtos transgênicos.

O filósofo e teórico da economia solidária, Euclides André Mance, nos lembra que somos co-responsáveis pela exploração de pessoas e pelo dano provocado ao meio ambiente quando consumimos um produto elaborado por seres humanos em situação de exploração e que no seu processo de produção ocasionou danos ao ecossistema. Ao comprar fazemos com que o capital seja reinvestido nesses produtos e assim favorecemos a continuação das mesmas práticas injustas, gerando um ciclo de exploração.

Mance acredita que o ato de consumo não é apenas econômico, mas é também ético e político. Por isso é tão importante sabermos a procedência dos produtos que consumimos, pois podemos contribuir para a exploração de seres humanos e animais, expondo-os a situações injustas e cruéis e para a destruição do planeta - com o desmatamento e a poluição ou podemos escolher sermos proativos e combater diretamente as redes de produção nocivas aos seres humanos, aos animais e ao planeta.

A animação “Comida que alimenta”, dirigida pela artista plástica e animadora Ianah Maia, aborda questões relacionadas ao consumo de alimentos e à problemática dos agrotóxicos e transgênicos numa conversa entre uma criança e um agricultor familiar, que explica a importância de se valorizar a produção local, a economia solidária, a agricultura familiar e a cultura das feiras.

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